Áreas do Saber Objetos de Pesquisa Problemática e Método Hipóteses Conclusivas
Bioética, Direito, Economia Política Melhoramento genético em humanos Análise dos argumentos difundidos nos debates contemporâneos (meio jurídico-legislativo, artigos científicos, mídia) quanto a melhoramento genético em humanos. Questão interdisciplinar trata do acesso econômico a tecnologias de modificação biológica do ser humano. A biologização de aspectos socioeconômicos já é uma realidade retórica, a exemplo do DSM-V, que será estudado no diagnóstico de TPAS, que considera, sem crítica, mais frequente a ocorrência da doença em classes mais baixas -- e o diagnóstico é suportado por condenações infracionais e/ou penais. Com a intervenção genética, torna-se uma realidade material. Além dos debates afetos aos limites da ética e do conhecimento (como em Levinas), debates a respeito da materialização, realização, "cientificização" de algo, antes, pseudocientífico (a biologização da economia).
Filosofia, Epistemologia, Metodologia de Pesquisa Ciência básica em ciências humanas Tem por objeto as publicações, normativos e embates públicos sobre o financiamento de pesquisa básica e sobre a cientificidade das ciências humanas. A hipótese é de que a filosofia funciona como ciência básica das ciências humanas (todas aplicadas). Daí, dizer que as ciências humanas não possuem uma ciência básica que lhe dê suporte é correto apenas gramaticalmente (pois o rótulo da ciência básica em humanas é a filosofia). Como as outras ciências também lastreiam-se na filosofia (porém com essa criação intermédia chamada "ciência básica"), as humanas poderiam ser também nomeadas como as "mais próxima das origens das ciências". A partir desse embate, o estudo pruma para uma investigação das relações entre retórica e ciência (algo pressupostamente tomado como incompatível, uma vez que a ciência tenta defender essa isenção aos estratagemas retóricos). Coloca-se a ciência em questão (algo temerário no contexto de pós-verdade em que se situa a pesquisa), mas essencial para aparar as arestas e discriminar a boa ciência e o "cientificismo ingênuo" (ou pseudociência, ou protociência). Reconhecimento do método e dos limites éticos da pesquisa acabam por reforçar a boa ciência.
Teologia, Epistemologia, Filosofia da Linguagem Função da religião para as ciências Revisão geral do campo da "Ciência da Religião" e do rol de abordagens científicas dadas às religiões. Busca por percepções e textos de expoentes da ciência sobre a religião (Einstein, Dostoiévski etc.). Estudo da estrutura lógico-discursiva das religiões e das filosofias teocentradas. Comparação entre atributos das filosofias antirreligiosas, das filosofias teocentradas e dos pressupostos científicos para identificar os limites de relacionamento entre ciência e religião. Adicionalmente, a inclusão de saberes populares (pesquisa com pescadores [?]) para consubstanciar a investigação dos parâmetros limítrofes entre os saberes, uma vez que o senso comum da teknhé (pesca), hipotetiza-se, há de possuir características tanto da religiosidade hegemônica (como discurso cultural) quanto empíricos (base experimental da ciência). Religião, em seu sentido lógico-filosófico, funciona como o limite do observável. Seus mitos, rótulos e entidades são imagens do incomensurável e, se percebidos, indicam a extrapolação do limite do observável. Assim, ela-religião pode (mas não necessariamente), a critério do pesquisador, servir de referência para a pesquisa científica, exigindo, para tanto, a intertradução de seus termos.
Neurociências, Epistemologia, Direito Diagnóstico psiquiátrico de sociopatia Análise dos critérios usados pelo DSM-V para o diagnóstico de TPAS. Pesquisa a ser dividida por critério ou por grupos de critérios (ver Epistemologia da Sociopatia no caso do critério de Impulsividade). Metodologicamente, uma revisão dos achados neurocientíficos e a comparação com os comportamentos explícitos descritos no manual diagnóstico (se há coincidência ou não). Análise hermenêutica de casos [descritos na literatura]. DSM-V estruturado sobre juízos de valor do senso-comum/jurídicos, sem lastro neurológico, e com estrutura retórica duplo-vinculante.
Economia, Direito, Filosofia da Linguagem Tipos de Regulação Econômica por tipo de argumentação O ideário jurídico mormente supera todos os outros saberes. Em estrutura hierárquica de legitimidade, para a vida aplicada, o Direito é a Lei. Até a ciência deve referência e ser tornada legal/normatizada para ser aplicada (vide rol de procedimentos de planos de saúde). A regulação econômica, então, é o campo do saber mais propício para o estudo das relações entre ciência (temáticas reguladas, como transportes, saúde etc.), economia e direito. Metodologicamente, o estudo histórico do desenvolvimento dos métodos de regulação e as teorias regulatórias, permitindo a criação de uma linha de tendência e a sua extrapolação hipotética, apontando novos caminhos, lastreados pela base epistemológica construída na pesquisa. Em termos lexicais, a primazia do Direito no estudo da Regulação Econômica (área interdisciplinar) acaba por tornar hegemônica a visão de que a regulação é pró-liberalismo. Adotassem-se outra hierarquia de saberes (priorizando a economia e a ciência), o resultado analítico seria outro (e, potencialmente, a prática regulatória). A hipótese de conclusão (pelos estudos preliminares) é de que o Estado Regulador, intermédio entre o Estado Liberal e o Estado Intervencionista, pode ser, igualmente, rotulado como um entrave à realização do liberalismo ou como um passo propulsor à realização do liberalismo, a depender da referência que o pesquisador toma por origem de sua pesquisa (demonstrando o poder dos pressupostos, da arbitrariedade inevitável em pesquisa e da retórica usada no modo de descrever resultados).
Psicologia, Ética, Educação O ensino de técnicas de Manipulação Psicológica Não superamos uma sociedade de tabus. Eles, entretanto, são muito mais amplos. Tornamo-nos uma sociedade de vetos: cancelamento de pensadores que pautam o relativismo e o antirrealismo; vetos a quaisquer autocríticas (cientistas não podem ventilar a ideia de que a ciência pode errar, ainda que isso outrora fora um pressuposto da própria ciência); não se concebem diálogos entre ciência e religião; não se concebe a crítica a autoridades do inobservável (psiquiatras, juízes -- julgadores da mente e das motivações humanas). Ventilar essas hipóteses é julgado como "dar arma ao inimigo". A partir dessa estrutura discursiva, investigamos as técnicas de manipulação psicológica, a estrutura retórica da sabotagem e do terrorismo (ver o início de elaboração do artigo: Sistematização das técnicas de manipulação psicológica), publicizando seus métodos. Conhecendo às técnicas de manipulação psicológica, sabotagem e terrorismo, as pessoas, automaticamente, tornam-se aptas a identificá-las e as tornam inócuas. O secretismo decorrente do medo da transparência (algo até do Mito da Caverna de Platão) é, portanto, importante sustentáculo e reforçador da violência. A "boa ciência", portanto, guarda em si um pressuposto pouco mencionado: a transparência radical.